Restauração do Forte Príncipe da Beira pelo Iphan entra em segunda fase e terá recursos do BNDES
A coordenadora de Conservação dos Bens Imóveis do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), engenheira Sílvia Puccini, informou nesta quinta-feira (16) numa entrevista coletiva à imprensa em Porto Velho que o Real Forte Príncipe da Beira – a monumental fortaleza do Brasil Colônia no rio Guaporé – será o primeiro monumento militar histórico do país a ter recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para as obras de restauração e revitalização em curso e que entram numa segunda fase. Existem 11 fortificações militares no país em processo de restauração e revitalização. O Forte Príncipe foi escolhido como o primeiro a receber os recursos do BNDES pela precisão e qualidade, como disse a engenheira Sílvia, com que a 16ª Superintendência Regional do Iphan para Rondônia e Acre, que tem como titular o documentarista Beto Bertagna, realizou a primeira etapa da restauração, os estudos físicos da edificação, os gráficos e os desenhos. O Ipahn criou um Grupo de Trabalho de Fortificações Históricas Brasileiras que inclui representantes do Exército, da Marinha e do BNDES, coordenado pelo arquiteto Cyro Correia Lira, que diagnostica a necessidade de recursos financeiros para a preservação de fortalezas e deu prioridade ao Forte Príncipe da Beira, pelo rigor técnico com que a restauração está sendo feita pelo Iphan em Rondônia. O superintendente do Iphan, Beto Bertagna, disse aos jornalistas que a autarquia já investiu, com recursos próprios, R$ 280 mil na primeira fase da restauração. A segunda fase é da “arqueografia”, começa agora, e motivou a visita da engenheira Sílvia, e prevê investimentos de mais R$ 300 mil do Iphan, sem incluir os recursos que virão do BNDES.. Participaram da entrevista coletiva e também fizeram esclarecimentos aos jornalistas o arquiteto e arqueólogo Fernando Marques e a historiadora Mônica de Castro Oliveira, servidores do Iphan em Rondônia. Lixo de 200 anos conta história A segunda fase de restauração da fortaleza será a da arqueografia, ramo da arqueologia, que incluirá o exame de uma camada de lixo de até 80 centímetros de altura que recobre o solo do Forte Príncipe, de um hectare de área. O entulho tem 13 mil metros cúbicos. É constituído por plantas, capim, musgo e pedaços da edificação que vêm caindo há 233 anos.. “Não podemos simplesmente usar uma pá para remover o entulho” – adverte a engenheira Sílvia Puccini. O superintendente do Iphan, Beto Bertagna, explica “Misturados ao entulho encontram-se objetos arqueológicos que mostrm costumes, modo de vida, e até mesmo descrevem o processo de abandono do Forte Príncipe.” Porto “Tudo será mapeado e catalogado.. Em alguns pontos o entulho sustenta paredes. Só poderá ser removido depois que forem estabilizadas”. Num único metro quadrado foram encontrados objetos históricos como louças da época, frascos de medicamentos, material militar, e garrafas de “água de Genebra”, a aguardente de dois séculos atrás feita com zimbro, uma planta importada da Europa.
Fonte: http://www.estadaodonorte.com.br/abertura/
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