quarta-feira, 12 de setembro de 2007

FESTA DO DIVINO


FESTA DO DIVINO ESPIRITO SANTO AS TRADIÇÕES PORTUGUESAS COM SABOR BEM BRASILEIRO

A origens da Festa do Divino Espírito Santo em todo Brasil se confunde com a história de nossa colonização. Suas raízes são fincadas nos primórdio do século XIV tendo a frente a Rainha Dona Isabel casada com Dom Diniz. A princípio as festividades tinham também funções institucionais e cívicas, e seus imperadores gozavam de direitos próprios de soberanos.
Em Rondônia essa bonita página do folclore religioso brasileiro, tem início em 1894 pelo senhor Manoel Fernandes Coelho, quando de sua mudança de vila Bela do Mato Grosso para a localidade de Ilha das Flores. Seu fervor religioso manda vir de Bela Vista uma coroa trabalhada em prata que hoje é um dos principais ícones do festejo.
Desde o início até hoje houve incontáveis mudanças em todo o seu conteúdo. O falecimento de Manoel Fernandes Coelho leva de volta sua esposa para Vila Belha do Grosso e com ela a coroa de prata que, por tempo, fez parte integrantes dos festejos. A comunidade da festa do Divino se dá quando membros da irmandade da época resolvem solicitar à senhora Eduvirgem Leite a devolução dessa peça importante em todas as comemorações. E a comunidade se deu. E hoje após decisões que envolveram as mais altas hierarquias da própria igreja brasileira sua intensa beleza é colocada á mostra, merecendo por isso fazer parte do calendário de roteiro turístico do País.

DIVINO ESPIRÍTO SANTO


DIVINO ESPIRÍTO SANTO


UM BARCO LEVA A FÉ NAS ÁGUAS DO VALE DO GUAPORÉ

A festa do Divino Espírito Santo tem seu início a partir do momento em que o Barco do Divino chega à localidade promotora do ano anterior. Nesse simbólico acontecimento por encarregado da Coroa recebe o imperador do Divino da localidade, bem coma a arca contendo a coroa, a Bandeira, as Toalhas do Altar e os livros de Ata. Após esses recebimentos o Barco começa sua peregrinação ancorando em todos os portos das comunidades ribeirinhas, recolhendo óbolos e doações da irmandade local. Nesse momento tem lugar um belíssimo ritual de aproximação a ronqueira-artefato confeccionado em madeira com cano de ferro onde é introduzida a pólvora-inicia seu disparos enquanto buzinadas com sons sóbrios e respeitosos, tocadas em chifres de boi produzem uma trilha sonora de efeito incomum. O caixeiro toca solenemente a caixa de percussão. Os remeiros iniciam deu ritual de aproximação dando 3 voltas circulares antes de aportar, acompanhadas por remadas cadenciadas e movimento de água durante as remadas. Nesse momento são entoadas belíssimas canções enquanto nas margens foguetes, euforia e demonstrações de fé dão o toque final às comemorações de chegadas de toda a comissão do Divino
O Barco faz suas peregrinações por quarenta dias terminando-as no dia do Divino Espírito Santo e durante esse tempo recebe úbolos alimentos e bebidas de toda comunidade.
Sem dúvida um bom momento de fervor e fé. Fé que percorre dos caminhos das águas, e ecoando seus sons de canções por entre a exuberância amazônica.

UM VOCABULÁRIO PRÓPRIO NOMEIA OS PRINCIPAIS PARTICIPANTES

REMEIROS – Homens que impulsionam o barco com remadas cadenciadas. Usam lenços brancos amarrados na fronte.
FOLIÕES OU ALUNOS DO DIVINO – Cantores de 08 a 14 anos. A infância participando de todas as atividades.
MESTRE – Encarregado dos foliões. Toca o violão do festejo.
CAIXEIRO – Tocador de tarol.
ARTILHEIRO OU RONQUEIRO – Dispara a salva de prata.
ENCARREGADO DA CORÕA – Guardião da Coroa de Prata.
COMANDANTE GERAL – O piloto do Barco, também responsável pela disciplina a bordo.
ALFERES DE BANDEIRA – Encarregado da Bandeira do divino