quarta-feira, 12 de setembro de 2007

DIVINO ESPIRÍTO SANTO


UM BARCO LEVA A FÉ NAS ÁGUAS DO VALE DO GUAPORÉ

A festa do Divino Espírito Santo tem seu início a partir do momento em que o Barco do Divino chega à localidade promotora do ano anterior. Nesse simbólico acontecimento por encarregado da Coroa recebe o imperador do Divino da localidade, bem coma a arca contendo a coroa, a Bandeira, as Toalhas do Altar e os livros de Ata. Após esses recebimentos o Barco começa sua peregrinação ancorando em todos os portos das comunidades ribeirinhas, recolhendo óbolos e doações da irmandade local. Nesse momento tem lugar um belíssimo ritual de aproximação a ronqueira-artefato confeccionado em madeira com cano de ferro onde é introduzida a pólvora-inicia seu disparos enquanto buzinadas com sons sóbrios e respeitosos, tocadas em chifres de boi produzem uma trilha sonora de efeito incomum. O caixeiro toca solenemente a caixa de percussão. Os remeiros iniciam deu ritual de aproximação dando 3 voltas circulares antes de aportar, acompanhadas por remadas cadenciadas e movimento de água durante as remadas. Nesse momento são entoadas belíssimas canções enquanto nas margens foguetes, euforia e demonstrações de fé dão o toque final às comemorações de chegadas de toda a comissão do Divino
O Barco faz suas peregrinações por quarenta dias terminando-as no dia do Divino Espírito Santo e durante esse tempo recebe úbolos alimentos e bebidas de toda comunidade.
Sem dúvida um bom momento de fervor e fé. Fé que percorre dos caminhos das águas, e ecoando seus sons de canções por entre a exuberância amazônica.

UM VOCABULÁRIO PRÓPRIO NOMEIA OS PRINCIPAIS PARTICIPANTES

REMEIROS – Homens que impulsionam o barco com remadas cadenciadas. Usam lenços brancos amarrados na fronte.
FOLIÕES OU ALUNOS DO DIVINO – Cantores de 08 a 14 anos. A infância participando de todas as atividades.
MESTRE – Encarregado dos foliões. Toca o violão do festejo.
CAIXEIRO – Tocador de tarol.
ARTILHEIRO OU RONQUEIRO – Dispara a salva de prata.
ENCARREGADO DA CORÕA – Guardião da Coroa de Prata.
COMANDANTE GERAL – O piloto do Barco, também responsável pela disciplina a bordo.
ALFERES DE BANDEIRA – Encarregado da Bandeira do divino

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