MANOEL ESPERIDIÃO DA COSTA MARQUES
Traços biográficos do cidadão que nos deu o nome e, fatos outros ligados á nossa historia. Por LUIZ EHRICH DE MENEZES.
Nascera Manoel Esperidião da Costa Marques, em Poconé –MP em 1872, filho de abastada família de classe rica. Tivera uma infância igual as mais crianças de seu nível social. Cursara as primeiras letras no colégio local e sobressaíra – se aos nove anos ao receber para executar um trabalho escolar referente a artesanato. Elaborou então uma maqueta em argila de toda sua cidade, com praças coretos e jardins, ruas e avenidas, casas, solares e casebres, becos e ruelas, rios e acidentes geográficos, de tão perfeito em proporção e acabamento que mereceu louvores das autoridades locais. Já se prenunciava ai seu pendor para a engenharia. Aos dezessete anos, fora – lhe concedido espaço no jornal de Cuiabá para suas crônicas. Aos dezoito anos, com um grupo de amigos, saíra em uma expedição exploratória em pequenos afluentes do pantanal mato – grossense. Aos vinte e dois anos, fora aceito como advogado provicionado( licenciado) e como rábula passara a argumentar perante um corpo de jurados em Cuiabá como defensor Ad Doc. Isto é , sem remuneração. Formara-se como engenheiro de minas e logo mais fora contratado pelo governo de seu Estado para fazer um levantamento hidrográfico de um rio conhecido por “ rio Sem Nome “, o qual denominara de Rio Apidiá em virtude da tribo Apidiá ali existente e de Barão de Malgaço o outro ao qual se junta formando o Ji-Paraná. Esse Apidiá. É mais conhecido por Pimenta Bueno, nome dado pelo Marechal Rondon que ao Barão de Melgaço dera o nome de comemoração. Geograficamente, Apidiá e comemoração são denominados e formam o Ji-Paraná, rio vulgarmente conhecido por Machado.
Quando voltara dessa exploração elaborara um minucioso relatório e seu governo, e logo mais lhe fora cometido a exploração do Guaporé ( 1896 - 1898). Viera posteriormente ao Guaporé em 1901 – 1903 em missões de levantar o potencial econômico e extrativista da região, criar os Postos Fiscal arrecadadores da renda estadual e, a dezembro de 1.905 fizera sua última viagem ao Guaporé onde, contraíra malária maligna na qual falecera a 18 de abril de 1.906 em Vila Bela da Santíssina Trindade.
Há uma versão sobre aquela viagem. Sebe-se que viera para dimensionar as terras que foram dadas em Cessão de Concessão a Balbino Maciel o todo poderoso titular da Firma Maciel & irmãos, com matriz em Santo Antonio, uma localidade a montante do rio São Miguel. Oficialmente, viera fiscalizar os Posto Fiscais do Estado de Mato Grosso que iam até Santo Antonio do Rio Madeira, perto de Porto Velho seis Km. Incluía em seu cometimento, fazer um levantamento do potencial humano,extrativista, e social, econômico da região..
Em Relatório a seu governo, datado de 1899, fizera referência a navegabilidade do rio Guaporé, especificando seu trechos, períodos chuvosos e de estio, fazendo inclusive citações sobre a largura de sua várzea que, do lado brasileiro, ficam represadas pelo espigão dos Parecis e do lado boliviano, “vão aos Andes”, tal sua largura. “Um mar onde não se trafega a não ser em canoas”. Cita também a incidência boliviana na região, preços dos produtos, densidade demográfica, usos e costumes.
Faz observações elogiosas sobre os “Senhores Macieis“, da iniciativa do tráfego a vapor começado em 1.900 pelos mesmos, lamenta a situação da cidade de Vila Bela e,junto a esse relatório, fora por seu irmão encontrada uma carta sua a um jornal de Cuiabá, onde conta o estado de abandono em que se encontra a Fortaleza,carta datada da 19 de janeiro de 1.906.(Essas informações são oficiais). As que a registro a seguir, são oficiosas, isto é me foram passadas por velhos como a Rosa do Anselmo, Raimundo Genésio Miciel, Honorina da Anunciação, Muirlo e outros, todos afirmando haverem conhecido ou tido noticias por terceiros de nosso personagem.
Por exemplo, o velho Maciel, maranhense, preto, sócio da Sociedade dos Invisíveis, disse-me que conhecera Esperidião em pessoa, que lhe administrara um remédio para curar seu estado febril quando aportara em Santo Antonio demandando a Vila Bela. Que lhe recomendara pressa em ir-se a Cuiabá, pois, segundo o velho, sua doença no caso de que não houvesse prontidão no tratamento, lhe seria mortal, e que, conhecera ser o paludismo que Esperidião contraíra da espécie maligna. Que, ainda segundo seu, Maciel o próprio Manoel Esperidião lhe contara da presepada que lhe fizera Francisco Chianca, quando mandara sua empregada Izaura visita-lo altas horas em seu mosquiteiro e inclusive, que daquela relação nascera uma criança do sexo feminino no ano seguinte. (Em miúdos, deixara Esperidião sua semente plantada em Costa Marques) A Rosa do Anselmo, contou-me que estava em Santo Antonio tanto quanto ela baixara o rio, como quando subia.--- Seu Barbino tava pá Guajará i num tava lá nom.O pobi ia cum us homi remanu nu batelon i Cuma u riu tava cheiu demoranu tantu,tevi de morrê mermu.
Bom, as informações desses terceiros, dão Esperidião como um homem bonito, novo, de palestra agradável,(conversador)alegre, que gostava de tirar um sarro, fazer piadas, isso durante as horas em que não estava sofrendo os acessos febris da malária.---Seu Luiz,me disse o velho Muirlo. O homem tinha de três a quatro vezes febre por dia. Era um paludismo dos piores que já vi. O comum, como o senhor sabe,é a febre vir de uma a duas vezes. A dele durava duas horas e daí ia embora, depois voltava que não tinha jeito.
O velho Salustiano, um morador das cercanias de Cáceres, contou-me que Manoel Esperidião morrera porque não pudera ir-se de Vila Bela e virtude do caminho naquele ano ter ficado intransitável, pois que, o inverno havia sido desmasiado forte. Todo caminho de Vila Bela a Cáceres ficara debaixo d’água com mais de dois metros de fundura. Que ele poderia ter sido levado em batelão, mas em Vila Bela não se encontrou nenhuma embarcação com capacidade de ao menos quinhentos quilos. Que o batelão em que ele viajara ao Guaporé, havia se alagado elevado pelas águas no outro dia de sua chegada naquela cidade, fato acontecido a 26 de fevereiro de 1.906,.
Ou seja, depois de trinta e poucos dias após sua estada de volta na casa do Chianca,de onde saiu subindo o Guaporé a 20 de janeiro de 1.906, data a mim passada pelos anteriormente citados. O velho Murilo, me disse que Esperidião passara em “Lãs Cruzes”--- em frente e um pouco acima da foz do Corumbiara, localidade que fora por Luz de Albuquerque denominada de Viseu---ai pelo começo de fevereiro, e ia muito fraco.Honorina da Anunciação, disse-me que o conhecera de baixada em Santa Cruz—localidade do lado brasileiro situada um pouco abaixo do rio Cabixis—quando fora no fim do ano, levada por seu marido para visitar um filha que daria luz um menino no mês seguinte,fato acontecido no início de janeiro e que de lá regressara com todos e que se encontrava em Santo Antonio quanto Esperidião por ali passara de volta mais ou menos já para terminar janeiro.---- Nóis ai cheganu i eli chego tamém. Que Balbino Maciel não se encontrava na região. Havia ido em viagem a Manaus com sua gente. Sua lancha encontrava-se em Guajará Mirim esperando-o.
Falando na lancha que trouxera Balbino Maciel, perguntei a todos meus informantes como ele havia conseguido trazer-la e todos eles foram unânimes em dizer-me que ela fora trazida aos pedaços e que fora montada em Guajará Mirim por “oficiais” trazido de Belém por ele Balbino. Faz sentido. A placas de ferro foram cortadas e acomodadas prontas para a montagem. Caldeira e mais apetrechos foram trazidos em seus batelões e em Guajará feita a montagem. Racional e compreensiva a informação, assim a transposição das cachoeiras do Madeira torna-se -ia mais fácil.
Duros tempos.... Balbino Maciel saia de Santo Antonio, levando no mínimo trinta homens. Em Guajará plantavam milho, feijão, arroz, macaxeira e deixavam um a dois cuidando. Em dois a três outros locais faziam o mesmo. As viagens duravam de seis a oito meses entre ida e volta. Levavam o produto extraído e de volta traziam mais gente contratada em Belém – Manaus. Homens solteiros e com família. Chegavam naquelas praças com vinte homens se muito. Na volta eram de cinqüenta a mais. Dez batelões de cinco de dez mil quilos de capacidade, lotados se mercadorias que nas cachoeiras eram transportadas nos ombros daquela gente. As embarcações passavam de cima para baixo e vice versa, arrastadas por terra. Visitei o Salto do Girau no rio Madeira e ainda se constata a existência do caminho por onde trafegavam.
Gente, o trecho Porto Velho—Guajará Mirim, ainda hoje é inavegável, mesmo por embarcações dotadas de motores de alta potência. Santo Antonio, Teotônio. Girau, dois Irmãos, Chocolatal, Bananeiras e tantas cachoeiras mais impõem respeito. A do Teotônio então é demoníaca sua transposição. A do Girau é terrível. Agora façamos uma idéia. Em um rápido como periquitos, uma embarcação de dez mil quilos subindo tripulada por dez homens. Remosnormais, remos de “faia” longos presos na borda, varas, cordas sendo puxadas por homens na margem. Vamos!, forçal, grita o encarregado. Vamos! Irritado por nada avançar o batelão dá de mão ao rifle 44 e atira matando um deles. As mais restantes, o medo da morte faz fluir forças e a embarcação vence o obstáculo. Esse fato, teria sido entre tanto outros, o que deixara Manoel Esperidião da Costa Marques horrorizado, segundo me contou a Rosa do Anselmo. Ela mesma riu lembrando--- Num é qui u hominum creu!!! Eli pensava qui seu Barbinu era santu!! Óia, ele nun era santu nom! Nem eli nem sua genti!! As morti acunticia mermu!! Antoci, o tá de Manezada qui era o capataiz de tudo, esse, matava o qui nun fizessi força mermu! Um’’a veiz, meu marido o avô dessi ai que dromi, feiz a viagi i adispois num quis mais!! Dixi eli qui aquilu num era di genti nom. Douta veiz, eli mi levo, mais nóis fiquemu num lugar chamadu de turquês tomanu conta du roçadu. Inté qui num era ruim num! Ficaba nu meio do caminhu. O causu é qui lá tinha muitu cabouco i óia qui inté cumeru genti naquela veiz!!!
Manoel Esperidião dá como existindo 1820 almas no Guaporé, daqui de Costa Marques até a Ilha das Flores em 1.906. Tenho comigo em foto-cópia, parte daquele Relatório. Assevera que quem primeiro explorou os seringais do Guaporé, fora um cidadão de Cáceres chamado de Antonio Rodrigues de Araújo, isso em 1.875, que depois em 1877, foi que vieram os Macieis. Que Balbino Maciel tivera um irmão chamado Estevam e que este fora morto pelos índios miguelenhos quando com sua gente tentara abrir o rio São Miguel. Quando ao ano em que acontecera o fato há um conflito nas informações.. Manoel Esperidião o situa em 1.902. Meus informantes, o Velho Raimundo Genésio Maciel, que disse-me haver chegado do Maranhão em 1.902, que quando chegou, já fazia de cinco a seis anos que Estevam havia morrido e que todo baixo São Miguel tinha colocações de seringa, que os índios miguelenhos se ainda existiam, era muito poucos e vivendo dentro do rio São Francisco.Esperidião afirma o que escutou de passagem. O velho seu Maciel, o que viveu.. Qual a o correta? Bom, isso não vem ao caso. Registro o fato por gostar de ser minucioso..
Também há uma outra informação que não bate. Trata-se no caso do nome dado por Esperidião aos rios bolivianos existente entre Costa Marquese o Forte. Ele os denomina de Baures e Itonamas. Na verdade, chamem-se Blanco e Machupo. Realmente, o Blanco banha a localidade de Baures dentro de Bolívia. Quanto ao Itonamas, é um afluente do Machupo, e tem sua embocadura em Horquila, onde está situado um Posto Militar boliviano, distando da foz do Muchupo obra de uma hora de viagem em motor de vinte e cinco cavalos. O Itonamas banha a localidade de Magdalena,e o Machupo,as de San Joaquim e San Ramon.. Esse Machupo, possui uma certa curiosidade. Lãs no alto, há umas quantas baias que em tempo cheio permite o tráfego ao Mamoré., ou vice versa. Como bem diz Esperidião: -- “no inverno toda região do lado boliviano fica mais se parecendo um mar”. Uma outra curiosidade, é que segundo Esperidião, essas localidades bolivianas acima citadas, foram criadas por brasileiros. No inicio do Século xx, ainda elas eram dominadas pelos brasileiros. Somente após o Tratado de Petrópoles ( Tratado de Rio Branco), foi que nossa fronteira recuou para as lindes atuais. Que no sentido inverso do relógio, até onde conheço, inicia-se na Baia Negra, nas cabeceiras do rio Verde e por ele descendo vem a sua foz. Dali desce o Guaporé e segue pelo Mamore-Madeira até a embocadura do Abunã e, por este subindo vai até um afluente chamado Rapiran e por este subindo, até suas nascentes. Dali em diante em uma seca pelo meridiano não sei qual, se vai a Bolpebra, isto é;aonde limita-se o Brasil com Peru e Bolívia.. Da Baia Negra no Rio Verde até as nascentes do Rapiran, eu conheço pessoalmente todo trecho..
Voltando a Esperidião. Há uma versão de que teria ele passado por aqui em1. 902. Tal informação, Alexandrina Gomes a fez difundir erroneamente. Passou-se, que de fato por aqui passou um Antonio P. Leite da Costa Marques, mas bastardo de um Costa Marques que fora em 1.911 secretária do governo do Mato Grosso e vinha em missão de vistoriar os Postos Fiscais existentes desde o Cabixís até Santo Antonio do Rio Madeira. Pesquisei a genealogia dos da Costa Marques com descendentes ainda vivos em Poconé-MT e em Cuiabá, e com o nome Manoel Esperidião somente houve aquele um falecido em Vila Bela a 18 de abril 1.906. Outra, é que João Suriadakis,confirmou para mim que quando aqui fez construir sua barraca no ano de 1.915, o lugarejo já era conhecido por Costa Marques. Mais; O velho Raimundo Genésio Maciel também asseverou que em 1.910 chegou a trabalhar caucho com o Chianca e que o local Costa Marques (aqui) era usado como ponto de apoio no inverno. Á senhora Alexandrina, enviei uma fotocópia colhida na Academia Mato-grossense de Letras, ilustrada com a foto de Esperidião, com data de nascimento e morte. Contudo, sua versão ainda persiste em documento dela em algumas escolas locais, em que pese meus esforços em dirimi-la..Quando a possível bastarda de Esperidião aqui, também andei pesquisando e inclusive sabendo da existência de uma familia Costa Marques oriunda daqui mesmo, procurei o velho João Marques e, dele ouvi que era nascido no Maranhão, mas de mãe nascida aqui. Ora, o velho João Marques hoje deve orçar ai pelos seus oitenta anos. Faz sentido. Sua mãe, no caso a bastarda, teria nascido um ano após a passagem de Esperidião por aqui, ou seja, nos fins de 1906, teria casado, viajado com o marido para o Maranhão, lá parira e depois voltara o maranhensezinho para cá onde constituiu família. Hipótese aceitável mas não confirmada, apesar dos esforçor em deslindar se é descendente bastardo do homem que nos deu o nome.
Da informação de que Esperidião deixou um descendente aqui em Costa Marques, essa a ouvi de uns quantos. Inclusive, do diálogo acontecido antes entre ele e Chianca. Teia, segundo Seu Maciel (velho feiticeiro), se passado que, tanto Chianca, como Esperidião, eram uns gozadores. Costumazas. Como o paludismo se mmanifesta com uma febre intermitente, isto é, o paciente é acometido de febre pela manhã e pela tarde durante uma a duas horas. Nos intervalos, nada sente a não ser a fraqueza promovida pelos plamódios ao saírem de seu reduto no baço e ficaram percorrendo os canais sanguíneos e devastando as energias ou defesas orgânicas, representadas pelos glóbulos brandos. Seria então a febre uma reação do corpo contra o invasor –Bom, como ia dizendo, durante o ínterim em que Esperidião não estava febril, mantinha o Chianca longas palestras com seu hóspede. Que o próprio Chianca, em palestra com seu Maciel, contara que tirando um sarro com Esperidião, lhe dissera que duvidara muito de seu vigor físico, não o achando capaz de corresponder os desejos de uma mulher. E que, Esperidião garganteando, lhe respondera que não a uma como a duas que lhe procurasse. Ora, havia na casa do chianca, uma empregada boliviana, mulher de seus vinte anos aproximadamente, mãe de um filho pequeno chamada Izaura. Então Chianca propusera a essa Izaura, ir-se nas caladas da noite á rede do hóspede e manter com ele relações sexuais. E que, no outro dia pela manhã, inquirira a mesma sobre o sussesso de empreitada, lhe sendo dada a seguinte resposta:
“”Mira dom Chianca, fue perfecto. El hombre és hombre e macho. Lel estoy grata y tanto és, que estoy de turbillon. Hé amanecido de turbillon. Non fue una sinon três.
Que posteriormente essa Izaura teria dito a mulher de Chianca de que se encontrava “In cinta”, e que após os noves meses, tivera uma filha da qual Chianca contava a todos ser filha de Esperidião. Nunca consegui saber o nome desse rebento.
Outra informação que obtive, é a de que Esperidião era“meio magro, usava barba e era um homem ai pela casa dos trinta”, segundo Raimundo Genésio Maciel que o conhecera pessoalmente sem Santo Antonio nos fins 1.905, quando ele passara baixando o rio Guaporé. Há um retrato dele no Salão de Academia Mato-grossense de Letras em Cuiabá e os traços fisionômicos correspondem de fato com as informações que recebi de Seu Maciel. Uma outra que chegou a meu conhecimento, a recebi do Senhor Oátomo Canavaro em 1.960, quando aquele senhor visitou o Guaporé, vistoriando suas terras. ( Sobre essas terras falarei oportunamente). Pois, disse seu Oátomo, de que conhecera não Esperidião, mas sim o seu irmão J. A. da Costa Marques... Que um dia em uma palestra informal, soubera por esse irmão, que Esperidião quando morrera em Vila Bela em suas derradeiras hora fizera um testamento doando seus bens a seus filhos. Que tais bens, consistiam em duas casas em Cuiabá e um pequena fazenda de gado em Poconé. E que, esse filhos os conhecia ele Sr. Oátomo. Eram, me contou, mestiços, isto é, filhos de uma mulata era prima de Balbino Maciel, o que explica em parte a estima de Esperidião por Antunes Balbino Maciel, figura sobre a qual tece louvores a densidade demográfica, dá como vivendo daqui de Costa Marques até a Ilha das Flores, mil oitocentos e vinte almas, especificando as localidades existentes ao longo dos percurso. Preço do produto, costumes e usos regionais, moeda corrente e relacionando outros produtos de possível aproveitamento, como a poaia, a baunilha e espécies outras das riquezas naturais, abundantes, segundo sua expressão.
Bento Sampáio, antigo comandante do SNG, esposo da professora Antonia Quintão, mostrou-me um opúsculo, onde há um croquistopográfico de Vila Bela, a antiga capital da Província do Mato Grosso, antes de 1.820, fora palco de certo Status.
Tenho em meu poder, o Decreto Governamental que mudou a capital da Província para Cuiabá. Aconteceu que, como Vila Bela fora considerada mal sã pelos governos, depois de Luis de Albuquerque, embora Vila Bela fosse ou continuasse sendo a capital, eles viviam em Cuiabá que passou a ser o Centro Administrativo da região.
Então, em 1820, foi assinado o Decreto que ironicamente reza: Art1º Torna sem efeito o Edito Real, e fica desta data em diante, designada a cidade de Cuiabá como capital definitiva da Província do Mato Grosso.
Ora, o “ tornando sem efeito o Edito Real” é o míninmo uma demonstração do poder dos capitães Generais que por aqui exerceram seus mandatos.. Coisas dos tempos....
Tal demonstração de força, de Lei e Vila Bela fora pouco a pouco sendo abandonada e, com o passar dos tempos, ruiu a construção da Faculdade de Medicina que lá existira assim como o mais de pomposo construído pelo governos anteriores. Construções colônias, erigidas com “Adobes” (tijolos crús), a intempérie não perdoou, as destruiu. Ainda hoje Vila Bela ostenta as devastadas ruínas de sua glória.
Em 1.959, conheci Lauro Melo e Silva, filho do Dr. Melo Silva, Juiz de Guajará Mirim Lauro vivia em Vila Bela e era o único brando que lá morava. Os mais habitantes, negros descendentes dos negros fugidos das usinas açucareiras doa baixo rio Cuiabá, aqueles que formaram o “Grande quilombo do Piolho”, de onde em expedições armadas, Luiz de Albuquerque conseguia o braço para o trabalhos de sapa na construção do Real Forte Príncipe da Beira. Parte daqueles negros, ficaram morando ao longo do Guaporé e parte subiram o rio e com Vila Bela sem autoridade de espécie alguma, lá se radicaram, juntando-se aos mais que quando na assinatura da Lei Áurea, para lá demandaram em grandes bandos.
Em crônica minha sobre a Topominia de nossas localidades, firo na matéria, dados sobre a origem dos sobrenomes de nossos negros. Têm, digo eu, em sua maioria, algo relacionado com o velho Testamento. Aconteceu que, os padres ao batizarem os negros recém chegados da África, davam-lhes nomes aportuguesados e sobrenomes sobre fatos bíblicos. Eram os Quaresma, Santos, Anjos, Pascoal, Assumpção, Virgem, Batista, Calvário, Oliveiras, e por ai iam demonstrando uma falta de imaginação ou uma religiosidade extremada. Assim também usaram nossos desbravadores. Em sua maioria, nossas localidades têm nomes de Santos. Raras derivam de características próprias, ou homenageiam sues primeiros habitantes. Falando nisso, em nossa primeira Câmara, o primeiro projeto de lei que foi apresentado, sugeria mudar o nome de Costa Marques para “Princesa do Guaporé”. Claro que não mereceu o voto a não ser de seu autor.
“Precisavaver “ dissera seu Heráclito Faustino Colaço ao tomar conhecimento do fato. Precisava ver com que ênfase foi elaborada a “Justificativa” do tal projeto. Razões esdrúxulas, extrapolando o risível. Notável foi aquela primeira Câmara!! Como minha mente é meia vagabunda, fico relembrando fatos, ligando um a outro, e a tal de associação de idéias funciona. Lembro agora, que fui por aclamação, eleito seu Presidente provisório para estrutura-la. Naquela noite, fui empossado três vezes. Uma , como Vereador, outra, como Presidente Provisório e a terceira, bom, essa foi com cedilha. Me empocei em uma vala cavada pela CAERD ao longo de Avenida chianca. Foi quando terminou a festa e voltávamos para casa. No escuro, cai dentro e para tirar-me os companheiros fizeram força; Empossdo três vezes! Imagine!! Gente! Não acontece fatos assim continuamente! Aconteceu comigo e com ninguém mais. Viu?
Sou assim, Estou narrando fatos de nossa história e de repente enveredo para o picaresco. Tenho que me policiar. Se assim procedo, é que é meu jeito de ser, e mudar seria como violentar-me, digo isso a mim mesmo como a absolver-me, já que não existe melhor advogado de nossos erros que nós mesmos. Deixa pra lá e passemos a fatos sobre nossas coisas e nossa gente.. Não, é melhor deixar para outro capítulo. Acho que este já está de bom tamanho. Escreve cansa, sabia? E logo eu, que já me encontro da mucunã pru bagaço! Gente! São quase oitenta anos. Relembrar dá trabalho. E o caso não é só relembrar. É colocar as idéias numa frase. Bruscar no cérebro o que ele não possui, isto é, encontrar os termos e ainda mais, sua grafia correta. Já imaginou? Logo eu, que como analfabeto não sei o som correto do XLS!!
DE QUE MORREU ESPETIDIÃO DA COSTA MARQUES?
PELOS DADOS VERIFICADOS EM UM LIVRO EDITADO POR SEU IRMÃO J. A. DA COSTA MARQUES, EM 1.908, ONDE CONSTA SEUS RELATÓTIOS E DIARIO DA VIAGEM QUE FIZERA AO GUAPORÉ, TERIA ELE MORIDO DA MALÁRIA QUE O ACOMETERA ENTRETANDO...
Pesquisado compulsivo sobre nosso personagem, entrevistei muitos antigos moradores destas ribeiras. Conheci assim algumas curiosidade em especial sobre doença que existiram naqueles idos. Ora, eu cheguei na região em 43 e ainda era fato comum aspessoas morrerem vitimadas por doenças desconhecidas. Havia por exemplo duas delas que eram mortais. A primeira er o mal do sono. A pessoa dormia e dormia até morrer. Começava com uma sonolência irressistível e depois vinha o sono que nada a fazia acordar. Não comia, não bebia, não acordava por mais que se empregasse os meios que fosse. Comentavam os antigos na região que o único remédio era machucar pimenta malagueta e meter como supositório no infeliz. Acordava e corria doido de dor. Massarava, diziam. Outra era o mal do soluço. A pessoa inciava com soluço e ia aumentando de forma a não deixa-lo alimentar-se. Para essa enfermidade não havia cura, diziam. Presenciei gente morrer das duas formas. Desse mal do sono, conto a seguinte... Um arigó de nome José Noberto, piauiense se Parnaíba, trabalhava com o seringueiro longe de mim mais ou menos duas horas de viagem. A gente sempre se visitava. Volta e meia ele aparecia na minha barraca. Quando ele demorava em vir, eu ia passar o domingo na dele. Como ele morava mais perto do barracão. E vez por outra se fazia uma visita para comprar alguma coisa que faltava, o comum era eu ir em um sábado a noite, dormir na barraca dele e de manhã ir ao barracão, doltar, jantar com ele e chegar na minha barraca ai por volta de oito da noite, alumiando do caminho com um facho de sernambi, para não perder de cortar na segunda feira.
Pois, um dia, ao chegar em sua barraca o encontrei praticamente dormindo. O homem não parou de cochilar. Er uma sonolência danada. Pela manhã. Não levantou nem para tomar café. Fiz o café, levei-o onde ele estava deitado, entregui-o e ele ficou com o caneco na mão tão sonolento que acaou b derramando o líquido. E foi como se nada tivesse acontecido. Só fez deitar de novo e caiu no sono. Bom, fui ao barracão e lá dei a notícia... Olhe gente, eu disse. O Zé só para dormindo! Foi daí que o gerente mandou o comboieiro ir busca-lo e aplicou o tal supositório. Foi assim que ele sarou.
Dizem que Balbino Maciel também passou por aquele supositório uma vez quando ia rumo a Cuiabá. Mas voltando a nosso personagem Manoel Esperidião da Costa Marques, seu Maciel me contou que quando ele passou em Santo Antonio demorou lá dois dias sua comitiva, porque o homem estava muito fraco, e que ele seu Maciel lhe dera Quinino para tomar, mas aconselhara seus remeiros a aplicar um supositório de pimenta malagueta bem machucada que o homem também havia sido picado pela mosca do sono. Contavam que era a doença derivada dea picada de uma mosca. Lembrava eu já naquele tempo de que na África existe uma mosca chamada Tsé-tsé que provoca a tal doença .... Quando nós soubemos que aquele hoemem havia morrido eu disse lá em Santo Antonio que ele tinha morrido mais era da doença do sono. Seu irmão no livro citado, diz que Esperidião fora vitimado pelo paludismo.
Registrei o fato contado por seu Maciel, porue realmente vi e soube de muita gente que morreu dessa doença.
Soube de um caso acontecido com um cearense do Crato chamado de Altino Sóstenes. Contavam que esse cearense contraira o mal do sono e que patrão mandara aplicar-lhe o talsupositório. Metido o remédio, ele se levantara e dando de mão a uma faca quizera matar os que haviam salvo a vida. Contava o velho Honorina da Anunciação que ele chegara a furar um mas que deram-lhe umas pauladas e disso morrera. Escaparade morrer dormindo para morrer de pauladas.
Em Cáceres, escutei do velho Salustiaano a história de como Balbino Maciel fora tratado a revelia.... No começo do verão de 907,--- me contou ele--- fizera Balbino Maciel uma viagem a Cuiabá, levando bastante poaia. Aligara em Vila Bela seis carros de bois e levava numeroso pessoal para ajudarem nos cruzosdos rios e levava também suaamásia com um filho pequeno. Com doisdias de viagem,Balbino apresentou ospromeiros sintomas da doença. Passava o dia cochilando, com uma sonolência de não querer comer. Desinteressado de tudo. O capataz daviagem, um tal Manezada, aconselhara-o provindenciar o tal supositório, mas que Balbino reprovou fortemente dizendo que o deixassem morrer mas que tal remédio não aceitaria emais, quem o tesntasse ele se vingaria quando sarasse. Mediante sua ameaça seu pessoal se retraiu mas no outro dia ele já não acordava mais, tal a profundidade do sono. Então o tal Manezada assumiu a responsbilidade e como estavam acampados em uma fazendo de gado que havia no percurso, buscaram e encontraram uma plantas de pimenta que a mulher do fazendeiro fez preparar um bolo das mais maduras e colocarm o remédio nele. Que na hora ele acordara e quizera correr para dentro do rio, mas o contiverm durante uma meia hora agarado por quatro homens do fazendeiro. Depois foi que permitiram ele lavar_se e então já não dormiu como dormia. Sarou e não mandou matar ninguém, mas teria pedido que o acontecido não fosse contado para ninguém.
Contou_me o velho Salustiano que o dono da fazenda assumira a responsabilidade da medicação e ele mesmo contar a Balbino que fora o mentor da idéia e excução.
Em 945, contraí “polinevrite” – chamavam de beri-beri—aqui na região. Com um bom saldo, baixei a Porto Velho e fui internado no Hospital São José. Havia lá três médicos somente. O Dr. Rubens Brito, Dr Oswaldo Piana e Dr Maurício Bustani. Esse Dr Maurício quando chegava um paciente soluçando, mandava o enfermeiro Cortez aplicar um coquitel que consistia em uma injeção de vinte cc aplicada na veia. Ora, nem estava a coisa no meio quando o paciente morria. Aquele médico sempre costumava dizer nesses caso—“cheguei tarde”! Um dia chegou no trem da cinco e dez, um negrão da mais ou menos sensvinte e cinco anos, forte, alto e com uma febre daquelas, aquele negrão assim mesmo com febre. Aceitou o oferecimento da irmã e tomou um prato de sopa quente. Quando ele acabou de comer, se meteu debaixo do chuveiro e l’foi encontrado uns dez minutos depois já soluçando. Chamaram o Dr Maurício, foi aplicado o tal coquitel e o negrão sarou. Só que lá para meia noite, o infeliz fugiu do hospital e se foi ao baixo meritríticio. Pela manhã o trouxeram soluçando. Infelizm ente não se encontrava em Porto Velho o Dr os outros como se tratava de paciente dele, não de atreveram em medica-lo. Só chegou o Dr Maurício a noite. Atendido por ele com o tal coquitel, ele agüentou toda do dose mas morreu assim mesmo. Morreu mas de pois de umas seis horas dormindo e soluçando já não tão seguindo como quando chego da zona. Bom, já que comecei a contar a história, vou até o fim. Eu me encontrava hospitalizado e dormia na cama 25, Com aspernas praticamente mortas, para comer eu era ótimo, andar nem pensar. Na cama 23, estava um Arigó chamado Sidon internado com paludismo e interiícia. Na 24, o negrão. Dormia soluçando mas já espaçado. Como a gente não tinha nada o que fazer, dormindo muito de dia, á noite a gente se ocupava em pregar algum sarro aos companheiros. Salão grande com uma trinta camas, uns a morrer outros recuperando-se. Costum vamos roubr velas da capela e a noite quando algum companheiro estava dormindo, a gente acendia uma vela e coloca entre suas mão e ligeiro se deitava. A vele acesa, ai queimando e de repente aquele acordava aos gritos pensando que tivesse morrido. Rizadaria geral. Eu era o mentor e o Sidão o executor da coisa. Pois, estávamos acordados e o Sidon veio a minha cama para conversar um pouco, contar lorotas labioso que era. De repente deixamosde escutar o soluço do negão. Curiosos eu me segurando na borda da cama e com o Sidon me amparando, nos aproximamos da cama do negrão e constatamos que ele havia morido. Não se sentia a jugular. Estava eu com o dedo colocado em seu pescoço, debruçado sobre ele, quando o negrão acordou. Abriu os olhos, deu um grito medonho na minha cara e agarrou na minha blusa rangindo os dentes. Gente, tomei tal susto, que não sei nem como, eu saltei de onde estava, atravessei a cama 24 e cai em cima da cama do Sidon a 27, em cima do Pedrinho, um paciente que sofria de reumatismo e mais parecia uma bolinha de tão magro e enrodilhado que era. Cai lá e fiquei gritando assombrado, deixando pedaços de minha blusa de pijama nas mãos do negrão. O Sidon também pulou com medo e acabou tropeçando na cama do negrão se esparramando no chão também gritando feito louco. Acudiram os enfermeiros e aos poucos a coisa foi se acalmando. Dessa vez o negrão morreu mesmo. Morreu sentado. Ele na hora que gritou na minha cara, tinha se soerguido e se sentado. Morreu ali mesmo de vez.
Contei o caso, porque no Guaporé, especialmente em Santo Antonio correra uma notícia de que Esperidião da Costa Marques morrera do mal do soluço em Vila Bola.
Bom a notícia me foi repassada por três velhos velhos Maciel, velha Rosa do Anselmo e pela Honorina da Anunciação que foram unânimes em seus depoimentos. É possível que tenha acontecido. Se de soluço ou de fraqueza, o certo é que como os caminhos par Cáceres se encontravam alagados, como não havia uma canoa para transporta-la, teve nosso personagem de permanecer desde os meados de fevereiro em Vila Bela e subsequentemente morrer a mingua de qualquer recurso.a 18/04/06.
Honorina da Anunciação, contou-me que estivera em Vila Bela no ano de vinte e quatro, depois da morte de Balbino Maciel e que lá soubera que os restos mortais de Esperidião haviam sidos no ano anterior, levados para Poconé. Essa informação eu esqueci de confirmar quando por conta do Banco Beron estive naquela cidade com seus parentes. Outras informações a respeito do homem que nos deu o nome eu as colhi na Academia Matogrossense de Letras em Cuiabá com o Dr. Lenine povoas. Há no salão nobre daquela entidade o retrato de Manoel Esperidião da Costa Marques. Fora ele patrono de cadeira 30 daquela casa de letras.
Fico a imaginar como teria sido sua viagem subindo o Guaporé durante o período invernoso. Com febre, a chuva caindo dias seguidos, seus remeiros nervosos em assistir a qualquer hora sua morte, a, urgência de chegar a Vila Bela com o homem.
Alimentação precária, repousando deitado no estrado da canoa, delirando naturalmente que contraria, uma meisinha, um chá, sem nada poderam fazer, vendo morrer seu patrão que dias dia se apresentava mais e mais fraco, buscar comida pescando, caçando, farinha vinda do Pará, alimentação sem condições desnutri_lo sem socorro e talvez até com alguns deles também doente, menalizo e relembro casos idênticos que presenciei, vendo companheiros morrerem a míngua no seringal em 43e 44 quando cortei seringa com a casa Suriadakis. Relembro que muitasemuitas vezes a gente era obrigada a comer somente castanha por estarem as derruidaspela forçada água o queempatava o tráfego do combóio levando o rancho do mês. De quandas farofasde banha com farinha eu comi por falta de outra alimentação! Em 43 vi um companheiro chamdo José Canuto morer sem recursor. Ele roçando, se cortara, se cortara arrancando o rótula esquerda. Sem poder baixar o Mequenes que estava em seu período mais seco, o jeito foi o homem ficar no barracão e ai deu o tétano, pois anãose tinha nada, coisa alguma para ao menos conservar o ferimento limpo. Vi morrer o José Canuto, como vi morre o Chico Martins envenenado com água de um cipó que ele bebera durante um roço que esávamos fazendo em um varadouro. Esse morrer espumando, espeneando feito louco. Também vi morrer deintericia, de acidente de tiro o João Brado. Estávamos praticando portaria em um amanchade uma árvore que tinhano meio do campo do barracão e sua espeingarda esplodiu a culatra arrancando uma banda de sua cabeça. Vi morrer companheiros mortos por índio, de ote matada, de morte morrida. E assim vi morrer muitos, Inclusive, vi morrer no hospotal São João em uma noite de frio, onze enregelados, duros, durinhos de frio.
A vida era dura e a gente tinha de ser duro também. Se bombeasse, ficava na horizontal. Eu já disse, se estou na horizontal, foi por nunca permitir que montassem em mim. Houve tentativas, é bem verdade. Mas a rebeldia que cultivo desde os verdes anos, falou forte e tenho me dado muito bem obrigado por te_la. Insurjo-me contra as coisas eu considero invasão de meus direitos. Minha suscetibilidade, meu amor próprio, bem o sei, está naspontinhas de meus cabelos. Qualquer insulto, dou o troco na hora. Bom, isso partindo dos poderosos. Sendo de um pobre analfabeto, sempre tenho relevado. Mais das vezes, quero dizer. O analfabeto, as vezes ofenfe, mais das vezes atira pedras em nossasvidraças por ignorâcia. Ai eu aproveito par ensina-lo. “Sou ajudante de São Pedro. Há gente, que pede para morrer. A esses eu satisfaço”
Mas voltando a fatos desse nosso rincão. Não não vou continuar. Agora vou é terminar esse capítulo. Atraz eu disse que estava de bom tamanho. Terminei, pronto.